domingo, 20 de janeiro de 2013

Marcionilio de Sousa: o dominio dos coroneis na região de Jequie


Jequié é uma das maiores cidades do estado da Bahia, mas ela antes da sua emancipação na verdade era distrito de Maracás. Por volta de 1878, Jequié era um arraial em formação, com cinco ou seis casas cobertas de telhas, e as demais cobertas de palha. Somente dois anos depois Jequié foi elevado à categoria de distrito de Maracás.  O distrito, devido a sua localização privilegiada, era visto como um entreposto comercial e que alcançaria grande importância, assim passou a atrair cada vez mais moradores. Muitos deles, com o declínio da economia açucareira tentaram se recuperar aproveitando a potencialidade do comércio jequieense, impulsionado cada vez mais pela chegada dos italianos.
Porém, a riqueza e a prosperidade do distrito administrativo de Jequié provocaram inveja e cobiça. O latifúndio gerou a figura do coronel, que fazia das suas terras campo fértil para a criação de suas próprias leis. Nesse contexto surgiu então uma das figuras mais conhecidas da região, se tratando da prática do coronelismo: Marcionílio Sousa. Com o advento da República, a Bahia se tornou palco de disputa de poder por parte dos governantes da época, assim Jequié e boa parte de sua região viu eclodir batalhas entre duas facções rivais, denominadas pejorativamente “rabudos” e “mocós”, dando a ideia de serem ratos, associando a imagem do animal a roubos e saques.
Em Maracás, de quem Jequié dependia, Marcionílio Sousa chefiava os “rabudos”. Tais grupos apoiavam alguns políticos baianos, exigindo em troca que a polícia não interviesse nos conflitos entre “rabudos” e “mocós”. O Coronel Marcionílio Souza, ao perceber a ascensão política de algumas figuras que residiam em Jequié, e por receio de perder o controle sobre o território que fazia parte do município de Maracás apoiou incondicionalmente a onda de saques, assaltos, tomada de terras e assassinatos realizados por outro líder do grupo dos rabudos, Zezinho dos Laços.

            E assim, por anos houve essa disputa violenta pelo poder e ascensão entre os dois grupos rivais. Marcionílio obteve grande destaque no cenário regional até que em 1930 ocorreu a sua prisão, uma vez que os líderes do movimento “revolucionário” de 1930 temiam a organização de movimentos contrários ao projeto de centralização política implementado pelo governo de Getúlio Vargas. Esse momento, para Marcionílio, representou o início de seu declínio político e do poderio que exerceu durante a década de 1920 e que não mais se recuperou até o momento de sua morte em 1943. Já que o cenário da política brasileira e baiana após a ascensão de Vargas não mais daria espaço a esses grupos. E os coronéis que, a princípio, foram contrários ao movimento revolucionário, entre eles Marcionílio Antônio de Souza, viveram essa realidade com a perda do seu poder e prestígio político.



            REFERÊNCIAS:
ARAUJO, Emerson Pinto. A nova História de Jequié. Salvador: Ed. EGB.1997.
NOVAES, João Reis. De tropeiro a coronel: ascensão e declínio de Marcionillo Antônio de Sousa (1915-1930). Programa de pós-graduação em História. UFBA: 

38 comentários:

  1. Olá colegas !!
    Ao entender sobre a importância da emancipação da cidade de Jiquié, podemos compreender que esta se deu através da sua localização que facilitou para o crescimento da economia local que gerou a chegada de imigrantes italianos para a trabalhar e desenvolver a região.

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  2. Caros colegas, outro ponto relevante desse blog é o resgate da cultura local que é passado de geração em geração, onde através do trabalho de Seu Edivaldo, mopstrado não só na cidade de Jequié mas também ao mundo, revelando a cultura do estado da Bahia.

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  3. Figuras como o Sr. Edivaldo Souza Filho, são provas vivas de que a perpetuação de nossas histórias vai além do tempo. Nossas características devem ser cultivadas e assim repassadas às futuras gerações.

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  4. Nossa Bahia passou por muitas situações devido ao poderio dos coronéis. Texto muito bom. Parabéns pelo blog.

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  5. O coronelismo se fez presente em muitas histórias dos municípios baianos.
    Certamente que a emancipação política de Jequié construiu uma nova história para a cidade. Muito conhecimento repassado através do blog.

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  6. Gostei de conhecer mais uma história de luta pelo poder, certamente os coronéis não queriam perder seus privilégios.principalmente diante da riqueza e prosperidade de Jequié.

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  7. Caros colegas, seus relatos são sempre bem vindos, no aspecto cultural reafirmo o que os colegas Maria, Leonange já destacam, é importante preservar e valorizar tudo que remete a cultura local, Jequié é uma cidade em que as pessoas priorizam muito isso. Outro ponto é com relação ao Coronelismo, que não somente aqui, mas creio que em vários cidade baianas vigorou, baseado em um sistema em que o chamado Coronel tinha um poder, tido como central. Agradeço a todos pelas participações!!!
    Acadêmico: Marcio Gonçalves dos Santos!!!

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  8. Parabéns pelo texto, muito bem produzido, moro em Maracás, e por aqui todos são bem carentes das histórias e estórias desse coronel. Estou sempre querendo me atualizar, mas ainda assim conheço muito pouco.

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  9. Sou tataraneto de Marcionílio. Nasci em Candeias e só conheci Maracás aos sete anos, em dezembro de 1988. As únicas histórias que conheço dele são as contadas pelos meus pais e alguns tios, que moram em Maracás, diga-se de passagem. Muitas lendas circundam esse ancestral meu. Passei um mês em Maracás no período de dezembro de 1988 a fevereiro de 1989; morei na cidade, também por pouco tempo, em 2001. Na época, me lembro de ouvir narrativas sobre a relação entre o "coroné" e Lampião. Diziam que Marcionílio abrigou o cangaceiro para protegê-lo dos macacos. Nunca houve evidências desse fato nas histórias que me contavam, mas o povo até hoje fala. Meu avô paterno, Eurípedes, também nunca me confirmou essas "narrativas-lendas". Eu gostava de saber que tive um parente lendário, de porte. Hoje não vejo importância nisso. Do contrário, interpreto na coisa um quê de retrocesso e contracultura. De qualquer forma, a família de Marcionílio Antonio de Souza, embora decadente, ainda é tradicional. Aliás, os nomes dos homens, à exceção de apenas um primo meu, seguiram a regra dos "Antônios". Somos mais de 30 Antônios espalhados pelo Brasil. Ah, houve também o Antonio Fernandes, famoso matador da cidade, avô do meu pai. E mais lenda: dizem que matou mais de cinco mil. É meio difícil acreditar nisso. Cinco mil execuções em uma vida? Não sei. De qualquer forma, é uma linhagem que enseja um poço de causos sem fim. Hoje vivo no Rio. Marcionílio era "coroné", fundador da cidade de Maracás. O filho era matador. O neto (meu avô Eurípedes) já foi carpinteiro e hoje tem uma casa de farinha. Meu pai, o bisneto de Marcionílio, é carpinteiro famoso na cidade. E eu, o tataraneto, vim pro Rio em 1983, com a idade de um ano apenas, sou professor de Letras formado pela UFRJ e escritor.

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    1. nasci em Maracais a minha familia é os Rochas donos da laoa da Onça e lagoa do peixe. o meu tio foi prefeito dessa cidade po muitos anos o Nome dele é Francisco Rocha conhecido como Rochinha.

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    2. nasci em Maracais a minha familia é os Rochas donos da laoa da Onça e lagoa do peixe. o meu tio foi prefeito dessa cidade po muitos anos o Nome dele é Francisco Rocha conhecido como Rochinha.

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    3. Eu sou filho de Aurelina Rocha de Souza e neto de Marcionilio de Souza tenho 73 anos filho de Rodrigo Antonio de Souza .Moro em Portugal

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    1. Bom dia último filho mim chamo Gilmara Fernandes, a minha mãe é sobrinha neta do coronel Marcionílio gostaríamos de saber mais um pouquinho da nossa horigem moramos em vitória do espírito santo vou ti passá o n dela (27)3244-9094 ou (27)98811-9095

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    2. Bom dia último filho mim chamo Gilmara Fernandes, a minha mãe é sobrinha neta do coronel Marcionílio gostaríamos de saber mais um pouquinho da nossa horigem moramos em vitória do espírito santo vou ti passá o n dela (27)3244-9094 ou (27)98811-9095

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    3. O filho que era matador era o Tranquilino é o que meu finado avó falava para minha mãe meu avó era sobrinho do coronel Marcionílio minha mãe deu o nome ão meu irmão caçula de Antônio Amaro Fernandes em homenagem ao irmão do coronel Marcionílio porque ele criou o meu avó minha mãe nasceu em Jequié hoje moramos em vila velha n espírito santo se vc quiser entrá encontanto vai ser uma honra primo (27)3244-9094

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    4. O filho que era matador era o Tranquilino é o que meu finado avó falava para minha mãe meu avó era sobrinho do coronel Marcionílio minha mãe deu o nome ão meu irmão caçula de Antônio Amaro Fernandes em homenagem ao irmão do coronel Marcionílio porque ele criou o meu avó minha mãe nasceu em Jequié hoje moramos em vila velha n espírito santo se vc quiser entrá encontanto vai ser uma honra primo (27)3244-9094

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  11. Ficaria muito feliz se alguém dessas importante região ou de outra região, me fornecesse cópia do chamado Convenio de Castro Alves, assinado em Maracás pelo valoroso Cel Marcionilio Antonio de Souza e os emissários do Gen Aguiar, em 1920, por ocasião da Reação Sertaneja. Edizio Mendonhça - Barra do Mendes -BA, ediziomestre@hotmail.com

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    1. Edisio Mendonça, sou Primo Carnal de Edinaldo Souza Araujo, Ele é filho de uma senhora de Nome Loura, só sei o apelido dela. Ela é filha do sr. Jonas açougueiro, que morava na rua Nilo Peçanha, antes do meio da rua. Sr. Jonas, Era filho de Tranquilino, que era Filho de Marcionílio Souza, Logo Edinaldo é tataraneto de Marcionílio Souza. Assim como o senhor tem muito interesse em historia, se o sr. puder ajudar-me em mais informações lhe ficarei grato! Deus o abençoe Atte: Carmosino Araujo Pereira

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    2. Nos anos 80 eu conheci um cidadão que estabeleceu um comercio na cidade de Itiruçu e se chamava Tranquilino. Ele usava uma barba longa e diziam que ele tinha parentesco com o coronel Marcionílio. Seria esse o mesmo Tranquilino que você descreve? Eu era auxiliar contábil de um contador no Km 43 município de Jaguaquara que fez abertura de sua empresa no junta comercial.

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  12. Olá Mary silva Rocha,sou Angelo Rocha de jequié e pesquiso sobre os rocha matos e benjamin ,,DAÍ DO VALE DO JEQUIRIÇÁ E JEQUIÉ IGUAÍ E NOVA CANAÃ OK.JÁ FIZEMOS AQUI EM STELLA MARIS - SALVADOR 5 ENCONTROS DA FAMILIA OK,.... somos descendentes de Judeus marranos vindos de Portugal e Espanha,sobre o Coronel Marcionilio,ele foi egresso da revolução Farroupilha,era Maragato.BREVE SAIRÁ VARIOS TOPICOS SOBRE OS ROCHA E OUTROS TEMAS AFINS-ROMANCES.

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  13. Angelo rocha ( usei o pc do átila ok) angrlochassa@hotmail.com ok tenho vários assuntos sobre a região cultura costumes...etc se alguem quiser trocar informações....estareia disponivel ok .Abrçs Angelo...de jequié e resido em salvador sou musico,roteirista ,publicitario e agora escritor ok.aguardo

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  14. Angelo rocha ( usei o pc do átila ok) angrlochassa@hotmail.com ok tenho vários assuntos sobre a região cultura costumes...etc se alguem quiser trocar informações....estareia disponivel ok .Abrçs Angelo...de jequié e resido em salvador sou musico,roteirista ,publicitario e agora escritor ok.aguardo

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  15. Quem foi João Bastos? Alguém tem alguma biografia dele preciso para uma pesquisa.

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  16. Sou neto do coronel Marcionilio Souza e filho de Rodrigo Antônio de Souza . A minha me contava muitas histórias do coronel . Lembro de que o lampião avisou que ia entrar com o seu bando em Maracas e foi impedido pelo coronel que armou os seus capangas para uma cilada e abater o bando de lampião . Lampião ficou sabendo e desistiu de ir para Maracas.

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    1. Caro Carlos Souza, sou bisneto de Rodrigo, então minha avó era sua irmã? O nome dela era Elza Resende de Souza Mello. Será que estamos falando da mesma pessoa? Vamos entrar em contato meu telefone e WhatsApp é 31 99222 5111. Tenho muito interesse em saber das minhas origens.

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    2. Caro Carlos Souza, sou bisneto de Rodrigo, então minha avó era sua irmã? O nome dela era Elza Resende de Souza Mello. Será que estamos falando da mesma pessoa? Vamos entrar em contato meu telefone e WhatsApp é 31 99222 5111. Tenho muito interesse em saber das minhas origens.

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    3. Boa tarde Carlos sou bisneta de Lidio Fernandes irmão do Coronel marcionillio gostaria de saber se o apelido do seu pai Rodrigo era su era assim que meu avô chamava o tio dele vou deixar meu contato (27)98802-5025 Gilmara Fernandes

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    4. Gilmara boa tarde, vi seu comentário aqui no blog e me chamou atenção. Eu nasci e morei até meu 30 anos em Jequié Bahia e apesar de ser bisneto de Rodrigo Souza o contato com muitos da família não era tão forte. Fui criado sendo vizinho dos filhos de SÚ (Marcionilio Filho) apesar de mesmos vizinhos não temos a aproximação parentesca com os filhos dele, apenas consideramos muito mais como amigos, inclusive os filhos dele mais novos são muito poximos pois brincávamos juntos quando criança. Sú é um dos filhos de Marcionilio Souza do seu segundo casamento e Rodrigo é do primeiro casamento.

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    5. nunca houve esse relato de lampião ,, em maracas

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    6. nunca houve esse relato de lampião ,, em maracas

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  17. Caro Carlos Souza, sou bisneto de Rodrigo, então minha avó era sua irmã? O nome dela era Elza Resende de Souza Mello. Será que estamos falando da mesma pessoa? Vamos entrar em contato meu telefone e WhatsApp é 31 99222 5111. Tenho muito interesse em saber das minhas origens.

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    1. Boa noite João meu avô ele é sobrinho do capitão marcionillio e primo de tranquilino meu avô falava para minha mãe que ele foi criado pelo tio dele Antônio Fernandes e o primo que ele chamava de su a te os 10 de idade sei pouca coisa meu avô é filho de lidio Fernandes é o que ele contava para minha mãe vc sabe m dizer quantos irmãos o corronel marcionillio teve

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    2. Olá pessoal gostaria de saber sobre esses parentesco pq acho q sou da família Fróes de Sousa

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  18. Marcionillio era avô do meu parente Valdy Fróes será q é o mesmo

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  19. Gente boa tarde. Não sei bem dizer o que já investiguei bem a fundo mas não achei resposta mas bem provável que eu seja tataraneto de Macionilio António de Sousa. Se alguém puder me informar daí da bahia como faço para obter a descendência de Macionilio por favor me informe.

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  20. minha avo Maria Altina de souza era NETA de Felisberto de Souza Filho que era casado com Possia Magdalena (filho de Marcionilio de Maracas. portanto sou tataraneta de Marcionilio, Bisneta d Felisberto e neta de Maria Altina de Souza (que era MAE DE MINHA MAE).Estou precisando localizar registro de nascimento e casamento da familia Fernandes Souza, para complementar minh rvore genealogica, se alguem puder me ajudar com maiores informacoes, agradeco.- email.lenarios3@gmail.com

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